quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Caminhar por si só

Durante o decorrer de nossas vidas encontramos pessoas... pessoas que nos acompanham por determinados espaços de tempo, umas passam rapidamente, outras se demoram em sua visita, mas elas sempre passam.
Nesta esteira chamada vida muitas vezes confundimos a visita longa de uma pessoa com a formação de um elo forte, resistente e perpetuo.É certo que criamos diversos elos com as pessoas, uns fracos, outros nem tanto..mas estes nunca serão perpétuos, até porque a passagem daquela pessoa por mais longa que seja, não passa de uma passagem.
Todos somos andarilhos solitários que caminham por seu destino, uns preferem se iludir crendo que estão fazendo a jornada acompanhado de outros andarilhos com ideais em comum..mas o tempo.. o glorioso tempo, mestre da verdade irá lhes mostrar um dia que por mais que estivesse rodeado de outros andarilhos sua caminhada era solitária.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O medo


Trabalho numa doceria em frente a uma escola, todos os dias abrimos a loja ás 7h da manhã.. é comum ver o fluxo de crianças a caminho da escola. Aquele mundo de pessoinhas carregando suas mochilas, empacotados em seus uniformes chegando felizes .

Ontem o dia começou como o de costume, crianças passando, soa o sinal, barulho e silêncio.O mesmo de sempre..só que não era o mesmo de todos os dias de fato.

Passado cerca de 20minutos após o horário da entrada dos alunos , heis que surge na loja um menino.. assim como os demais que já haviam passado, um toco de gente, carregando uma mochila enorme.

Ele entrou na loja meio desconfiado, andou pelos corredores olhando atento, produto por produto em todas as prateleiras, admirou por alguns instantes o grande baleiro que temos, andou pra lá.. pra cá.. e se dirigiu ao balcão; pediu alguns caramelos e os degustou enquanto dava mais um passeio pela loja.

Passado um tempo e petrificou-se diante de mim, olhando-me com olhos de criança curiosa, mas sem nada dizer, lhe questionei se desejava mais alguma coisa, disse que não pois só estava olhando, passaram-se mais uns minutos e não me contive; perguntei-lhe se não iria pra escola, ele me respondeu.."- perdi o horário", eu lhe devolvi a seguinte pergunta "e porque não voltou pra casa?"; ele engasgou-se nas palavras e nada disse, lhe questionei se morava no bairro mesmo, se estudava na escola diante da loja, ele me disse que sim, que morava muito próximo e que estudava na escola em frente a loja. Novamente lhe perguntei porque não havia retornado pra casa já que perdeu o horário da entrada, e ele me surpreendeu me respondendo receoso e envergonhado que não havia voltado pra casa porque a mãe estava em casa e brigaria com ele caso voltasse, por isso ele ficaria esperando dar o horário do fim da aula pra voltar, pois tinha medo.



Ou seja, ele preferia ficar andando pelo bairro, correndo perigos que sabemos que existe, passando frio, com fome, sofrendo com a garoa que fazia ao invés de retornar pra o lugar que deveria chamar de lar por ter medo; medo da prória mãe!



Até hoje nunca senti a vontade que a maioria das garotas sentem de tornar-se mães, acho que não nasci pra isso apesar de me dar muito bem com crianças, mas essa conversa com aquele garotinho , que penso eu deve ser um pirralho me fez questionar o que vem a ser a educação dentro do ambiente familiar, pois os pais por mais que tenham filhos "danados" devem representar pra criança um porto seguro, e a casa aonde se vive não pode ser simplesmente uma casa, deve ser um lar, o lugar pra onde voltamos sempre; e ver uma criança com seus 8 ou 9 anos preferir ficar na rua ao invés de retornar pra o seu lar me preocupou muito. O medo não deve ser o sentimento que impera dentro de um lar, ele deve ser barrado na porta de entrada desse lugar, o lar é aonde reside o amor, a compreensão, o respeito..e a família.

Sei que muitos lares sofrem com problemas cotidianos, mas daí a se fortalecer o sentimento de medo é uma distancia muito grande, afinal toda família teu seus defeitinhos, mas ainda assim é uma família. Esse fato me fez tomar a seguinte decisão; se um dia eu vier a constituir uma família , essa será gerada num ambiente de amor, serei mãe e amiga de meus filhos, e terei deles o respeito e não o medo. Pois é no respeito que fortalecemos os elos da vida.

sábado, 31 de julho de 2010

Quando realizamos um sonho

Sonhos, são eles que nos motivam a levar a vida, que muitas vezes não é nada boa conosco.
Ah os sonhos vão dos mais simples aos mais complexos e elaborados.
Imagine só o quão vasto é o campo dos sonhos, todos os dias sonhamos em encontrar o amor da nossa vida, em trilhar uma carreira profissional brilhante, em comprar certo objeto, ir a determinado lugar etc etc.
Eu como qualquer outra pessoa tenho meus sonhos, uns são verdadeiras manobras para o destino outros são simples e fáceis de realizar, tão simples quanto respirar.Desse montante de sonhos que tenho nessa semana consegui realizar um, que vinha sendo desejado a muito tempo, sonhado a muitas noites, planejado a muitos dias.
A sensação de realização de um sonho é algo realmente surpreendente, uma felicidade sem igual, pura, cristalina e brilhante. Acho que quando conseguimos realizar algo que tanto desejamos sentimos o amor em sua forma inocente correndo por nossas veias, é como encontrar algo extremamente novo e absurdamente conhecido, é como ter o passado e futuro num encontro diante de nós.
Foi em meio a esse encontro cósmico que me senti ao realizar esse sonho; e foi maravilhoso poder presenciar , melhor vivenciar meu sonho.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Um espaço de tempo

É o que preciso no momento, não que você me sufoque ou algo parecido; é que tenho que me reorganizar pra saber aonde foi que deixei aquilo que costumo chamar de vontade própria.
Porque disso agora? Bom não estou dizendo que você me influencie em minhas escolhas, mas é que agora preciso saber se o que estou desejando é de fato o meu desejo, ou se é um desejo alheio que faço tornar-se meu; preciso saber se te quero porque quero, ou se te quero porque seria bom te querer.
Preciso respirar só, sentir tua ausência pra notar se de fato necessito da tua presença.Tenho que estar só pra poder estar junto de você, ausentar-me de tudo o que me envolve neste momento pra descobrir se é o que busco, se era o que buscava quando o encontrei, preciso avaliar a força e a intensidade dos meus desejos afim de descobrir se são reais, virtuais ou imaginários.Necessito descobrir se o que sinto é realmente o que sinto ou se é pura empolgação do momento, só tenho que avaliar o que se passa dentro de mim pra poder me jogar de cabeça nessa nossa brincadeira.
Só lhe peço paciência, calma... e fé.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Sem muros


Foi num riso bobo junto a uma piada sem graça que tudo começou.

Acostumada a sempre sair ferida de todas as aventuras, levantei de imediato meus muros de proteção e mostrei-me indiferente... queria me proteger, mas no meio de toda aquela reclusão notei uma nova motivação. Havia ali naquela piada algo subentendido, e curiosamente meu subconsciente entendeu..mas guardou do meu consciente a resposta daquela incógnita.

Passaram-se os dias, os risos cresceram, e aquela indagação aumentava, o que havia de supreendente naquelas atitudes tão simples e comuns?... ao mesmo tempo que me incomodava me satisfazia.Queria estar longe e perto, simultâneamente.

Os muros foram diminuindo de tamanho,sem que eu notasse tornaram-se restos de uma construção que havia sido demolida, não sei como aconteceu mas você conseguiu derrubá-los sem fazer barulho, nem estardalhaço.

O tempo e seus piadas sem garça me fizeram uma desprotegida daquilo que senti a priori, e que meu subconsciente ainda mantinha escondido de mim.

Meu quadro clínico não ficou só na baixa imunidade a tua presença, ele piorou.. tornei-me dependente da tua companhia; agora não mais consigo passar um dia, ou mesmo uma noite sem saber como vai, sem ouvir ou ler mais uma piadinha infame que soltas deliberadamente, sem rir o riso que me proporcionas e imaginar o seu gargalhar despreocupado como reação a minha inocência em não perceber que estamos entregues, um ao outro, sem preocupação, sem defesa, caindo um nos encantos do outro e nos arriscando naquilo que os homens costumam chamar de paixão.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O sol brilhava

Numa tarde quase encantada partilhamos o sol radiante . Ele nos envolvia e nos unia.. porém essa união permanecia distante..sentiámo-nos um só...mas éramos dois; dois envoltos a muitos outros.
Os olhares e os risos eram um só.. o pensamento o mesmo, a vontade a mesma e infelizmente o receio o mesmo também.Mas porque esse medo se ali éramos um só?
Vergonha, desejo,medo, apreço... tudo presente , em sobra e em falta.Queria ter eu tido a coragem..mas esperei que ela brotasse em ti... mas ela não veio; mas uma vez estávamos juntos e separados.
O sol deixou de brilhar, mas a união permaneceu, a lua nos saudou em sua forma mais plena.. cheia e radiante, satisfazendo nossos olhares e derramando sobre nós seu brilho.Ela foi doce e generosa.. nos ofereceu mais momentos de união.. mas o medo, o receio não se foram com o sol... nos seguiu a cada passo que demos...foi a nossa sombra e nos impediu de realizar aquilo que vibrava dentro de nossos corações.
O tempo se esgotou, tivemos de partir e assim não permitimos nem a lua, nem ao sol que fossem nossos padrinhos...adiamos novamente nossa declaração de unicidade, deixamos passar mais uma oportunidade...o abraço de despedida foi longo, sentido, caloroso.Havia nele o desejo de união, queríamos que a coragem nos acompanhasse e nos permitisse que nosso abraço fosse embalado por nossos lábios que tanto se queriam, desejamos ali que as pessoas não mais se postassem entre nós, pois é claro que somos um só, contudo tínhamos de ir... partiríamos com o desejo de ficar e a esperança de o destino se mostrar mais uma vez bondoso reservando-nos mais uma chance.Será que ela ocorrerá? Ou alguém irá nos roubar antes dessa ocasião?

O tempo, nosso melhor amigo

Sabe isso de você levar em consideração as pessoas erradas? Eu sempre faço isso..será esse o meu dom?
Como posso sempre me enganar?...mas o tempo é o melhor indicador de tudo.. quando ele passa a verdade pura surge..e como num passe de mágica notamos aquilo que sempre esteve diante de nossos olhos , que cegos pelos encantos momentâneos não viam.
É tive um desses momentos de clareza..nesta manhã acordei como todos os dias..mas momentos depois surgiu diante de meus olhos a verdade, ela se mostrou sem dó, nem piedade.. gritou muda..."Essa consideração não é reciproca, você é uma mula que pensa demais nos outros..seja mais egoísta, lembre-se de ti!".
O fervor da revelação ainda está quente, ainda vibra dentro de mim, espero que ele permaneça assim.. vivo para que eu possa recordar a cada recaída de encantamento momentâneio a pura realidade de que aquela pessoa é tão induvidualista que a ela só interessa ela mesma, por isso não há com que eu me preocupar.
O meu sofrer, meu desgosto será só meu, então para que me dispor a partilhar o sofrer e o desgosto de um alguém que não se dispõe a ouvir-me quando necessito , que só me direciona palavras que me afundam no pessimismo, que só me olha com olhos de desprezo... e que as vezes se aproxima em busca de algum proveito?
É hora de cortar essa relação parasita... pois as vezes quando nos dispomos a ajudar pessoas assim, somos nós quem saímos feridos. Não é bom se anular.. nunca.
A partir de hoje voltarei a ser aquela nômade solitária, que confia somente em si e se dispõe a ajudar e a estar com pessoas de bom coração, não há mais motivos para tentar reverter esse rancor em amor dentro do ti, você elegeu teu caminho... trilhe-o, não mais poderei segurar tua mão nesta jornada, você se afastou daquilo que cultivo e não poderei me afastar também para tentar lhe ajudar.É nesta bifurcação que nos separamos.. apesar dos pesares te desejo a sorte e a luz que teu destino lhe reserva, seguirei meus passos junto áqueles que buscam o que busco.
Adeus.

domingo, 25 de julho de 2010

Quando observamos

Como a vida é cheia de altos e baixos.. uma verdadeira balança!
Ontem acordamos tristes, sem sonhos, nem esperanças.. no outro surpreendentemente nos vemos felizes, bem-humoradas..repletos de um felicidade que não sabemos de onde vem.
Mas como podemos perceber de onde vem a tristeza e não temos olhos pra enxergar de onde surge essa tal felicidade?
Bizarro ao menos..mas essencial..porque se não a felicidade não seria de fato feliz.
Imagine só você saber que sempre que fizer determinada coisa.. sempre sentir-se feliz do mesmo modo, na mesma intensidade? Sem graça ao menos .
E pensando nisso mais uma vez cheguei a simples conclusão de que nada na vida tem forma, medida, receita.E mais uma vez a individualidade mostra-se determinante no nosso modo de ver a vida.
É que buscar a felicidade , aquela que se diz como regra, aonde você tem que ter certo item, possuir um amor correspondido,viver em tal lugar e etc. e etc.; mas quando se busca este tipo de felicidade ditada não se encontra felicidade nenhuma, porque a individualidade dita o que somos, o que queremos e o que nos faz felizes.
Sendo assim reforço aqui mais uma vez que a felicidade é um ingrediente raro e único, que encontramos dentro de cada um de nós, e que alguns chamam de essência.
Creio estar próxima de encontrar a minha essência da felicidade, e como venho fazendo isso?Experimentando, porque a vida é uma sequência de experiências.. se não a realizamos não encontramos a tão sonhada felicidade.
Não que isso seja uma receitinha da felicidade, afinal isso não existe..mas é o método de detectar minhas preferências nesse momento..observando o que venho fazendo e o que sinto a cada feito.
Quando observamos podemos enxegar de onde vem esta tal felicidade.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Iniciando

Mais um início.. já reparou como a vida é cheguei de inícios? Sempre tem um primeiro dia, uma nova fase, um novo humor, um novo amor ou um novo velho amor..sempre tem um novo inicio.

Certo tempo atrás estava eu completamente confortável em meu cotidiano.. todos os dias se assemelhavam aos anteriores..a rotina dominava minha vida... não havia mais novidades, esperanças e nem recomeços, ou seja não haviam inicio.

Certo dia me notei diferente, havia algo errado naquilo e busquei dentro de mim o problema, ai percebi que havia me cansado dessa mesmice cafona do dia a dia e decidir que minha vida não poderia se resumir a rotina...queria um novo ar pra respirar, uma nova esperança na qual crer, eu simplesmente queria mais vida na minha vida.

Estranho né, como podemos chegar a desejar vida em nossas vidas..de fato havia algo errado, desregulado. Algo incomodo que somente eu pode notificar e mudar. E é isso que busco fazer a cada dia desse meu cotidiano; porque apesar de seguirmos sendo os mesmos nunca seremos iguais a aqueles que fomos ontem.