terça-feira, 27 de julho de 2010

Sem muros


Foi num riso bobo junto a uma piada sem graça que tudo começou.

Acostumada a sempre sair ferida de todas as aventuras, levantei de imediato meus muros de proteção e mostrei-me indiferente... queria me proteger, mas no meio de toda aquela reclusão notei uma nova motivação. Havia ali naquela piada algo subentendido, e curiosamente meu subconsciente entendeu..mas guardou do meu consciente a resposta daquela incógnita.

Passaram-se os dias, os risos cresceram, e aquela indagação aumentava, o que havia de supreendente naquelas atitudes tão simples e comuns?... ao mesmo tempo que me incomodava me satisfazia.Queria estar longe e perto, simultâneamente.

Os muros foram diminuindo de tamanho,sem que eu notasse tornaram-se restos de uma construção que havia sido demolida, não sei como aconteceu mas você conseguiu derrubá-los sem fazer barulho, nem estardalhaço.

O tempo e seus piadas sem garça me fizeram uma desprotegida daquilo que senti a priori, e que meu subconsciente ainda mantinha escondido de mim.

Meu quadro clínico não ficou só na baixa imunidade a tua presença, ele piorou.. tornei-me dependente da tua companhia; agora não mais consigo passar um dia, ou mesmo uma noite sem saber como vai, sem ouvir ou ler mais uma piadinha infame que soltas deliberadamente, sem rir o riso que me proporcionas e imaginar o seu gargalhar despreocupado como reação a minha inocência em não perceber que estamos entregues, um ao outro, sem preocupação, sem defesa, caindo um nos encantos do outro e nos arriscando naquilo que os homens costumam chamar de paixão.

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