sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Definição no fim
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
A loja de Vidros

sábado, 23 de outubro de 2010
Última Ilusão
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Cansaço e Desabafo
Sofridas as longas horas do dia o grande momento chegou.
O anoitecer veio frio, escuro, sem luar nem estrelas ; só a esperança pairava pelo ar.
Esperança das muitas possibilidades que a noite nos reservava, a esperança de finalmente nos entendermos ou de simplesmente nos deixarmos livres um do outro para que busquemos o que buscamos em outros corpos.
Minha pontualidade britânica não me abandonou naquela noite, cheguei no horário combinado e você.. ah você atrasou-se uma interminável hora.Paciência, talvez seja esse o meu dom.
O esperei como em todas as outras oportunidades, mas desta vez sua segurança de ter-me a mão ao solicitar estava ameaçada.
Muitos quases nos faz ver as coisas por outros ângulos, nos leva a pensar milhões de possibilidades, nos faz desistir daquilo que sempre desejamos. Essa noite eu não suportaria mais um quase entre nós.
Notei que haviam outras oportunidades se apresentando em nossos futuros, outros alguém que se disponham a realizar aquelas centenas de quases que estamos sustentando a tempos.
Parece que toda sua calma e delicadeza vem transformando tudo em impaciência.
Estou só e não quero mais estar assim, me sinto bem com você, mas ainda me sinto só.Quero companhia, quero ação, quero emoção.Minha calmaria se esgotou, quero entrar num furacão.
Sentir a instabilidade da incerteza, o balanço da dúvida, e me entregar a conquista.Quero palpitar, arriscar, desvendar.. não só aguardar como venho fazendo.
Acho que me roubaram de ti, você permitiu que me levassem, não brigou, não lutou, não insistiu, não me amou!
Está me deixando partir, mas não gostaria de partir, porque não insiste em eu ficar?
Sabia desde o inicio que esse dia chegaria, que seguiríamos caminhos opostos, que me levariam de ti e me roubariam delicadamente como fizeram, você permitiu, não se moveu, não me buscou deixou que um outro alguém me conquistasse, permitiu que tudo o que haveria de acontecer deixasse de se fazer necessário.Autorizou o desencanto me envolver.Observou tudo se perder.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Um quase
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Um passado no presente
Falamos da natureza, dos sentimentos, das esperanças e desesperanças, acontecimentos e desejos.
Brincamos de nos completar; de nos dividir.
Esses dias conversamos feito gente grande, discutimos assuntos sérios e numa dessas conversas você me fez recordar um poema que certa vez escrevi.
Fazia tempo que não o relia, e já estava quase me esquecendo de sua existência de sua essência, da cruel verdade que transmite.
Obrigado por me lembrar de algo que tanto condiz com minhas verdades.
Anexo o dito poema em sua homenagem.
Todos somos iguais...diz a democracia..
mas a realidade cotidiana diferencia.
Igualdade é filosofia
de uma vida sem poesia
Ou seria igualdade por liberdade ?
Se for, quem a reconheceria?
A igualdade é desigual
em sua democracia
regida pela aristocracia
E vivida nas periferias
de uma sociedade
igual
desigual
Fator diferencial.
Igualdade.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Harmônia Desarmônica
Desejo, repulsa
Compreensão, complicação
Tudo em sobra e em falta,
horas de preenchimento e esvaziamento .
Querer e não desejar
Entender mas não compreender
Compreender mas não entender
Arriscar-se mas cuidadosamente
Encarar e desistir.
Partir sem ter ido.
Ir sem partir
Ficar mas ter ido.
Estar mas não presenciar.
Tudo em falta e em sobra
Cheio , vazio
Só, acompanhado
Acompanhado mas só.
Porque a vida não foi feita pra ter sentido
E sim sentida.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Possibilidades
O bom humor matutino que não me pertence resolveu me acompanhar durante aquelas 24h; a rotina seria a mesma, porém os acontecimentos seriam realizados de forma distinta do habitual, pois estava vendo meu dia com olhos encantados, brilhantes e de forma serena, não alucinada como é de se esperar num dia de bom humor.
Naquele dia tudo foi mais leve, trabalhei as 8h diárias que sempre trabalho, mas estas passaram rapidamente de maneira harmoniosa, segui pra faculdade respirando fundo o aroma das plantas pelas quais passei, mirando o brilho do sol que se despedia com ternura, escutando os ruídos da cidade com cuidado, me permitindo ver as pessoas e seus semblantes, me apaixonar brevemente por aquelas aparentemente interessantes e me desvincular deste breve amor na mesma rapidez indolor com a qual me apaixonei. Aceitei tudo o que me foi oferecido, os sons, os odores, as paisagens, os sorrisos, os olhares e os amores.
Foi assim que descobri que encarar o dia-a-dia de braços abertos gera possibilidades brilhantes que não ocorrem quando só nos lembramos de toda a parte chata de nossa rotina. Desta forma vi que é encarando a vida com humor e leveza que somos felizes, que enxergamos a beleza da vida e que nos possibilitamos vivenciar o amor, puro, pleno e feliz.
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Caminhar por si só
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
O medo

Ontem o dia começou como o de costume, crianças passando, soa o sinal, barulho e silêncio.O mesmo de sempre..só que não era o mesmo de todos os dias de fato.
Passado cerca de 20minutos após o horário da entrada dos alunos , heis que surge na loja um menino.. assim como os demais que já haviam passado, um toco de gente, carregando uma mochila enorme.
Ele entrou na loja meio desconfiado, andou pelos corredores olhando atento, produto por produto em todas as prateleiras, admirou por alguns instantes o grande baleiro que temos, andou pra lá.. pra cá.. e se dirigiu ao balcão; pediu alguns caramelos e os degustou enquanto dava mais um passeio pela loja.
Passado um tempo e petrificou-se diante de mim, olhando-me com olhos de criança curiosa, mas sem nada dizer, lhe questionei se desejava mais alguma coisa, disse que não pois só estava olhando, passaram-se mais uns minutos e não me contive; perguntei-lhe se não iria pra escola, ele me respondeu.."- perdi o horário", eu lhe devolvi a seguinte pergunta "e porque não voltou pra casa?"; ele engasgou-se nas palavras e nada disse, lhe questionei se morava no bairro mesmo, se estudava na escola diante da loja, ele me disse que sim, que morava muito próximo e que estudava na escola em frente a loja. Novamente lhe perguntei porque não havia retornado pra casa já que perdeu o horário da entrada, e ele me surpreendeu me respondendo receoso e envergonhado que não havia voltado pra casa porque a mãe estava em casa e brigaria com ele caso voltasse, por isso ele ficaria esperando dar o horário do fim da aula pra voltar, pois tinha medo.
Ou seja, ele preferia ficar andando pelo bairro, correndo perigos que sabemos que existe, passando frio, com fome, sofrendo com a garoa que fazia ao invés de retornar pra o lugar que deveria chamar de lar por ter medo; medo da prória mãe!
Até hoje nunca senti a vontade que a maioria das garotas sentem de tornar-se mães, acho que não nasci pra isso apesar de me dar muito bem com crianças, mas essa conversa com aquele garotinho , que penso eu deve ser um pirralho me fez questionar o que vem a ser a educação dentro do ambiente familiar, pois os pais por mais que tenham filhos "danados" devem representar pra criança um porto seguro, e a casa aonde se vive não pode ser simplesmente uma casa, deve ser um lar, o lugar pra onde voltamos sempre; e ver uma criança com seus 8 ou 9 anos preferir ficar na rua ao invés de retornar pra o seu lar me preocupou muito. O medo não deve ser o sentimento que impera dentro de um lar, ele deve ser barrado na porta de entrada desse lugar, o lar é aonde reside o amor, a compreensão, o respeito..e a família.
Sei que muitos lares sofrem com problemas cotidianos, mas daí a se fortalecer o sentimento de medo é uma distancia muito grande, afinal toda família teu seus defeitinhos, mas ainda assim é uma família. Esse fato me fez tomar a seguinte decisão; se um dia eu vier a constituir uma família , essa será gerada num ambiente de amor, serei mãe e amiga de meus filhos, e terei deles o respeito e não o medo. Pois é no respeito que fortalecemos os elos da vida.