sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Definição no fim

Autentica, foi a definição que me deu no dia em que falamos do fim.
Sei que sou mesmo como o dicionário define:verdadeira, fidedigna e legitima.
Mas não era a melhor maneira de me definir no fim, um adeus, obrigada por tudo e pelo nada seria melhor compreendido.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A loja de Vidros


Ela sempre gostou de ir a loja de vidros, de observar as pessoas se moverem dentro dela.
Ver a delicadeza com a qual lidavam com os objetos, a minúcia de cada olhar,olhares atentos, preocupados... encantados. Amava notar como cada tinido de vidro alertava a brutalidade de um gesto mal medido, mal pensado, mal realizado.
Gostava de ficar ali.. sem ser notada, uma observadora nata.Gostava de ouvir as pessoas falarem baixo próximo as prateleiras, ela dizia que parecia que eles não queriam acordar os vidros, nem assustá-los com suas vozes estridentes.. sussurravam palavras.. conversavam a meia voz cuidadosamente e delicadamente.
Também lhe agradava ver as transparencias das peças.. notar as pequenas imperfeições de algumas peças que ao seu ver era o mais perfeito exemplo de beleza, sentia-se feliz em ver as nuances de cor em cada peça, de ver o translúcido dos vidros colorir-se a aproximação de cada cliente como se a pecinha de vidro tivesse encontrado a paixão de sua vida e corou, só não se agradava de ver a mesma pecinha perder a cor a cada abandono que sofria quando aquele que a fez corar partia.
Sempre que ia até a loja de vidros ela se sentia em casa, amava incontestavelmente aquele lugar... passava horas a andar por seus corredores, sentia-se plena ao ver suas peças... sentir suas energias. Ela sempre se perdia em delírios ali, sem cansar-se, nem entediar-se naquele lugar. Ali tudo era mágica, tudo era alegria.. tudo era encanto.
E de lá do seu canto ela notava que somente ali sua vida tinha encanto.
Sentia-se retratada lá, a loja era como sua vida, suas histórias e os vidrinhos como sua alma, frágil, delicada, transparente.Por vezes , assim como as peças da loja era bem acolhida, vista com ternura, cuidada com respeito e amor, era bem quista, sentia-se bem pelas pessoas se preocuparem com sua fragilidade e enxergarem beleza em sua singularidade; por outras assim como os vidrinhos mais antigos era abandonada ali, esquecida por ser transparente demais pra despertar interesse, sua beleza era simples demais pra encantar olhos fúteis... e isso a tornava por longos períodos gélida , desencantada, desacreditada de que um dia ainda ia corar mais uma vez a aproximação de um alguém.
A garota que todos os dias visitava a loja de vidros se via naquelas prateleiras, conhecia cada peça como conhecia a si mesma, sentia que tudo ali dentro era parte dela, que aquele lugar só se traduzia em algo tão particular, tão intimo, tão pertencente a ela que chegava a crer que ali era o reflexo de sua alma, porque como na loja ela também era resistente por fora, era normal, rústica, seca,mas que assim como a loja em seu interior, ali onde poucos conseguiam enxergar..nas mais distantes prateleiras da vitrine principal, aquelas que sempre possuíam um pouco de pó, ali residia sua verdadeira força, beleza, delicadeza... e seu amor... tão forte, tão resistente, tão atraente e tão frágil a ponto de passar despercebida.
A loja de vidros nada mais era do que aquela doce menina que sorria a quem se aproximava, sempre tão prestativa, tão atenta as necessidades dos demais que se esquecia de si mesma, e que sem grandes planos vivia a espera de um alguém tão transparente e singelo a ponto de reconhecer nela toda a beleza que possuía e que por ela se encantasse infinitamente a cada olhar e pensar, é ela esperava o amor.

sábado, 23 de outubro de 2010

Última Ilusão

Crer...crer é o que move os humanos,é a força motriz de tudo.
Eu nem creio que acreditei, mas sim..acreditei.
Acreditei em você e nas tuas palavras envolventes.Nas falsas verdades que pronunciavas.
Pensei que fosse sincero, que tudo aquilo era pra valer; que finalmente seria eu feliz.Ilusão.. doce e perigosa ilusão, afinal tu és um mágico, dos mais cruéis, daqueles que manipulam corações..mas ainda assim um mágico.
Aceitei. Aceitei aquilo que não concordava, tudo o que me era distinto, e entendi, respeitei, aceitei as diferenças que tínhamos.Vi graça nas tuas imperfeições e me apeguei a elas. Me apaixonei. Tolamente, inocentemente...perdidamente.
Me entreguei a teus encantos, me deixei ficar vulnerável, pensei que seria eterno.. que nunca teria fim e quando percebi que poderia sim ter um fim, ainda assim pensei que seria um fim tranquilo, um fim aceitável.. bem menos confuso e dolorido do que foi.
Contava com a verdade nas tuas atitudes, e me você me surpreendeu; Parabéns.. me feriu como a muito ninguém feria, só porque pensei que eras diferente... que assim como eu não funcionava no ritmo louco desse mundo desfreado chamado Terra. Só porque pensei que também fosse da Lua, que também admirava as estrelas, via a beleza do céu, sentisse o verde do campo e enxergasse as almas, que notasse as energias e nelas confiasse.
Mas não, no fim se mostrou igual a todo humano desumano que aqui habita, cruel, mentiroso, insensível.. me feriu e não notou.Me viu sangrar e nada fez.Permaneceu imóvel.
Te mostrei meus mais íntimos segredos, contei-lhe meus receios, pensei que fosses confiável e você o que fez? Usou minhas fraquezas e nelas golpeou, machucou profundo e partiu.
Dias se passaram e você volta, como se tudo fosse descartável , como se fosse possível esquecer facilmente, pois você esqueceu..mas eu não, não posso mais confiar em ti, perdeste aquilo que me fez cativar, mostrou-se como erva daninha no meu coração... arranquei-o de lá, e não mais regressaras.
Custou, doeu e não voltarei atrás em minha decisão, se hoje sofres terá que viver teu luto; vivi e sobrevivi ao meu, boa sorte.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Cansaço e Desabafo

A noite foi esperada com ansiedade, muito custou a dia a passar.

Sofridas as longas horas do dia o grande momento chegou.

O anoitecer veio frio, escuro, sem luar nem estrelas ; só a esperança pairava pelo ar.

Esperança das muitas possibilidades que a noite nos reservava, a esperança de finalmente nos entendermos ou de simplesmente nos deixarmos livres um do outro para que busquemos o que buscamos em outros corpos.

Minha pontualidade britânica não me abandonou naquela noite, cheguei no horário combinado e você.. ah você atrasou-se uma interminável hora.Paciência, talvez seja esse o meu dom.

O esperei como em todas as outras oportunidades, mas desta vez sua segurança de ter-me a mão ao solicitar estava ameaçada.

Muitos quases nos faz ver as coisas por outros ângulos, nos leva a pensar milhões de possibilidades, nos faz desistir daquilo que sempre desejamos. Essa noite eu não suportaria mais um quase entre nós.

Notei que haviam outras oportunidades se apresentando em nossos futuros, outros alguém que se disponham a realizar aquelas centenas de quases que estamos sustentando a tempos.

Alguém que me faz lembrar do cansaço de tantos quases.Que traz novos ares a meus pulmões e que faz meu coração bombear mais freneticamente o sangue de minhas veias.

Parece que toda sua calma e delicadeza vem transformando tudo em impaciência.

Estou só e não quero mais estar assim, me sinto bem com você, mas ainda me sinto só.Quero companhia, quero ação, quero emoção.Minha calmaria se esgotou, quero entrar num furacão.

Sentir a instabilidade da incerteza, o balanço da dúvida, e me entregar a conquista.Quero palpitar, arriscar, desvendar.. não só aguardar como venho fazendo.

Acho que me roubaram de ti, você permitiu que me levassem, não brigou, não lutou, não insistiu, não me amou!

Está me deixando partir, mas não gostaria de partir, porque não insiste em eu ficar?

Sabia desde o inicio que esse dia chegaria, que seguiríamos caminhos opostos, que me levariam de ti e me roubariam delicadamente como fizeram, você permitiu, não se moveu, não me buscou deixou que um outro alguém me conquistasse, permitiu que tudo o que haveria de acontecer deixasse de se fazer necessário.Autorizou o desencanto me envolver.Observou tudo se perder.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Um quase

Nós perguntamos quando teríamos uma nova oportunidade para da felicidade provar.
O tempo se passou e aquilo que perecia tão intenso, tão urgente se acalmou.Nosso dia chegou.
Feito tradição pessoas se colocaram entre nós, mas dessa vez estávamos determinados..faríamos tudo diferente.
Você me recepcionou com um quase beijo, deveria ter arriscado mais.Aguardava ansiosa a chegada daquele momento, mas compreendi; a pressa tudo destrói!
Assim que nossos olhares se tocaram novamente senti aquela magia que temos quando estamos juntos no ar, nos sentados ao chão, olhávamos um ao outro com atenção, sorriso frouxo, conversa boba.Dizíamos tudo sem falar nada.As pessoas notaram, algumas não gostaram e outras certamente nos apadrinharam.
Como de costume em poucos instantes surgiram aqueles querendo nos roubar, tirar de nós os momentos que ali poderíamos ter, sempre a mesma cena, o mesmo dialogo ... "-venha aqui preciso falar com você", "-ah me acompanha até ali"..; as mesmas desculpas.. as mesmas solicitações... e novamente eles ignoravam o que ali facilmente se notava. A nós dois só havia naquele local nós, não víamos o mundo de gente que lá estava, não ouvíamos a musica alta, as risadas descontroladas, só ouvíamos a voz um do outro, só víamos os olhos um do outro.Nada mais importava estávamos juntos.
A noite foi passando sorrateira, nós separou nos momentos em que nos pediam uma dança e nós educados como sempre dançávamos com os que nos convidaram, outros nós ofereciam bebidas para envolver uma conversa sem importância, aceitávamos..sempre fazendo a social..mas nada daquilo nos importava.. o que queríamos era simples, um ao outro.
O sol começou a nos ameaçar, furtando novamente uma chance dada pelo destino.Não podíamos adiar e quem nos fez ajustar nossos relógios foram nossos futuros padrinhos.palavras de incentivo e verdades que sabíamos mas que temíamos acreditar.
Saímos a caminhar, num caminhar descompassado, sem pressa e precioso.
Tudo aconteceu tão rápido, a madrugada nos abençoou, já estávamos de braços dados, em poucos minutos nos vimos abraçados. Ah foi tão bom.
Senti tua respiração, teu calor, teu odor.. ouvi seu coração... sonhei ao sentir tua mão tão delicada, tão vergonhosa e tão desejosa acariciar meus cabelos.Foram toques leves, macios, carinhosos.Nessa calmaria de nossos avanços o ouvi, teu coração tão lindamente disparar, numa batida descontrolada, ele corria apesar de estarmos parados, estáticos, imóveis... nada falávamos, apenas sentíamos.
Novamente vieram nos roubar, um do outro... convites indesejados de pessoas que desejavam nossa companhia.Fomos, mas não nos separamos, estávamos em locais distintos com pessoas distintas, mas estávamos no mesmo lugar, unidos se não por corpo mas por coração.
Passado um tempo voltamos a nos presentear, um se entregou ao outro, sem embrulhos mas com carinho.Novamente abraçados, mas o sol chegou e com ele a hora da partida.
Foi engraçado, mas foi triste; nós arriscamos a desvendar caminhos nunca antes percorridos e nós perdemos, a caminhada foi longa embalada a uma conversa mansa, selaríamos tudo aquilo no fim de nosso destino.
Ria, o destino acaba de fazer mais uma piada!Não chegamos aonde íamos, voltamos ao ponto de partida.
Espere, tenha calma teremos outra oportunidade!Pelo menos é o que eu espero.
Trocamos de parceiros, você seguiu com o inconsciente, eu com a responsabilidade.
Ao me despedi, lhe presentei com o que desejava desde o inicio.Toquei seus lábios leve e carinhosamente, lhe disse sussurrando um tchau e parti. Não parti porque queria ir, mas porque precisava ir.
Na próxima ocasião só espero que ouse.Esperarei como sempre esperei.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Um passado no presente

Nós conversamos sobre mil assuntos, conversas bobas, importantes, brincadeiras e até briguinhas.. tudo em chiste e seriedade.
Falamos da natureza, dos sentimentos, das esperanças e desesperanças, acontecimentos e desejos.
Brincamos de nos completar; de nos dividir.

Esses dias conversamos feito gente grande, discutimos assuntos sérios e numa dessas conversas você me fez recordar um poema que certa vez escrevi.
Fazia tempo que não o relia, e já estava quase me esquecendo de sua existência de sua essência, da cruel verdade que transmite.
Obrigado por me lembrar de algo que tanto condiz com minhas verdades.

Anexo o dito poema em sua homenagem.

Todos somos iguais...diz a democracia..
mas a realidade cotidiana diferencia.

Igualdade é filosofia
de uma vida sem poesia

Ou seria igualdade por liberdade ?
Se for, quem a reconheceria?

A igualdade é desigual
em sua democracia
regida pela aristocracia

E vivida nas periferias
de uma sociedade
igual
desigual

Fator diferencial.

Igualdade.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Harmônia Desarmônica

Calma, irritação
Desejo, repulsa
Compreensão, complicação
Tudo em sobra e em falta,
horas de preenchimento e esvaziamento .

Querer e não desejar
Entender mas não compreender
Compreender mas não entender
Arriscar-se mas cuidadosamente

Encarar e desistir.
Partir sem ter ido.
Ir sem partir
Ficar mas ter ido.
Estar mas não presenciar.
Tudo em falta e em sobra

Cheio , vazio
Só, acompanhado
Acompanhado mas só.
Porque a vida não foi feita pra ter sentido
E sim sentida.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Possibilidades

Levantei naquele dia me sentindo disposta, disposta a viver tudo o que o senhor Destino me oferecesse.

O bom humor matutino que não me pertence resolveu me acompanhar durante aquelas 24h; a rotina seria a mesma, porém os acontecimentos seriam realizados de forma distinta do habitual, pois estava vendo meu dia com olhos encantados, brilhantes e de forma serena, não alucinada como é de se esperar num dia de bom humor.

Naquele dia tudo foi mais leve, trabalhei as 8h diárias que sempre trabalho, mas estas passaram rapidamente de maneira harmoniosa, segui pra faculdade respirando fundo o aroma das plantas pelas quais passei, mirando o brilho do sol que se despedia com ternura, escutando os ruídos da cidade com cuidado, me permitindo ver as pessoas e seus semblantes, me apaixonar brevemente por aquelas aparentemente interessantes e me desvincular deste breve amor na mesma rapidez indolor com a qual me apaixonei. Aceitei tudo o que me foi oferecido, os sons, os odores, as paisagens, os sorrisos, os olhares e os amores.

Foi assim que descobri que encarar o dia-a-dia de braços abertos gera possibilidades brilhantes que não ocorrem quando só nos lembramos de toda a parte chata de nossa rotina. Desta forma vi que é encarando a vida com humor e leveza que somos felizes, que enxergamos a beleza da vida e que nos possibilitamos vivenciar o amor, puro, pleno e feliz.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Caminhar por si só

Durante o decorrer de nossas vidas encontramos pessoas... pessoas que nos acompanham por determinados espaços de tempo, umas passam rapidamente, outras se demoram em sua visita, mas elas sempre passam.
Nesta esteira chamada vida muitas vezes confundimos a visita longa de uma pessoa com a formação de um elo forte, resistente e perpetuo.É certo que criamos diversos elos com as pessoas, uns fracos, outros nem tanto..mas estes nunca serão perpétuos, até porque a passagem daquela pessoa por mais longa que seja, não passa de uma passagem.
Todos somos andarilhos solitários que caminham por seu destino, uns preferem se iludir crendo que estão fazendo a jornada acompanhado de outros andarilhos com ideais em comum..mas o tempo.. o glorioso tempo, mestre da verdade irá lhes mostrar um dia que por mais que estivesse rodeado de outros andarilhos sua caminhada era solitária.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O medo


Trabalho numa doceria em frente a uma escola, todos os dias abrimos a loja ás 7h da manhã.. é comum ver o fluxo de crianças a caminho da escola. Aquele mundo de pessoinhas carregando suas mochilas, empacotados em seus uniformes chegando felizes .

Ontem o dia começou como o de costume, crianças passando, soa o sinal, barulho e silêncio.O mesmo de sempre..só que não era o mesmo de todos os dias de fato.

Passado cerca de 20minutos após o horário da entrada dos alunos , heis que surge na loja um menino.. assim como os demais que já haviam passado, um toco de gente, carregando uma mochila enorme.

Ele entrou na loja meio desconfiado, andou pelos corredores olhando atento, produto por produto em todas as prateleiras, admirou por alguns instantes o grande baleiro que temos, andou pra lá.. pra cá.. e se dirigiu ao balcão; pediu alguns caramelos e os degustou enquanto dava mais um passeio pela loja.

Passado um tempo e petrificou-se diante de mim, olhando-me com olhos de criança curiosa, mas sem nada dizer, lhe questionei se desejava mais alguma coisa, disse que não pois só estava olhando, passaram-se mais uns minutos e não me contive; perguntei-lhe se não iria pra escola, ele me respondeu.."- perdi o horário", eu lhe devolvi a seguinte pergunta "e porque não voltou pra casa?"; ele engasgou-se nas palavras e nada disse, lhe questionei se morava no bairro mesmo, se estudava na escola diante da loja, ele me disse que sim, que morava muito próximo e que estudava na escola em frente a loja. Novamente lhe perguntei porque não havia retornado pra casa já que perdeu o horário da entrada, e ele me surpreendeu me respondendo receoso e envergonhado que não havia voltado pra casa porque a mãe estava em casa e brigaria com ele caso voltasse, por isso ele ficaria esperando dar o horário do fim da aula pra voltar, pois tinha medo.



Ou seja, ele preferia ficar andando pelo bairro, correndo perigos que sabemos que existe, passando frio, com fome, sofrendo com a garoa que fazia ao invés de retornar pra o lugar que deveria chamar de lar por ter medo; medo da prória mãe!



Até hoje nunca senti a vontade que a maioria das garotas sentem de tornar-se mães, acho que não nasci pra isso apesar de me dar muito bem com crianças, mas essa conversa com aquele garotinho , que penso eu deve ser um pirralho me fez questionar o que vem a ser a educação dentro do ambiente familiar, pois os pais por mais que tenham filhos "danados" devem representar pra criança um porto seguro, e a casa aonde se vive não pode ser simplesmente uma casa, deve ser um lar, o lugar pra onde voltamos sempre; e ver uma criança com seus 8 ou 9 anos preferir ficar na rua ao invés de retornar pra o seu lar me preocupou muito. O medo não deve ser o sentimento que impera dentro de um lar, ele deve ser barrado na porta de entrada desse lugar, o lar é aonde reside o amor, a compreensão, o respeito..e a família.

Sei que muitos lares sofrem com problemas cotidianos, mas daí a se fortalecer o sentimento de medo é uma distancia muito grande, afinal toda família teu seus defeitinhos, mas ainda assim é uma família. Esse fato me fez tomar a seguinte decisão; se um dia eu vier a constituir uma família , essa será gerada num ambiente de amor, serei mãe e amiga de meus filhos, e terei deles o respeito e não o medo. Pois é no respeito que fortalecemos os elos da vida.